sábado, 1 de março de 2008

Puno: De Volta ao Titicaca

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Saí de Arequipa na segunda de noite, rumo a Puno, às margens do Lago Titicaca. Optei por viajar de noitao para economizar no hotel. Deixei o grosso da minha bagagem em Arequipa e segui somente com a mochila de ataque. Puno é uma cidade de mais ou menos 80 mil habitantes. Meio sujinha, vive basicamente do Titicaca e do turismo.

Tive que refazer o planejamento da viagem pois so iria a Puno no fim de semana. Acontece que havia dois trens de Puno a Cuzco: a categoria M, de Miseráveis, por 22 dolares e a categoria M, de Magnatas, por 148 dolares. A partir de 2008 a companhia retirou a categoria M, de Miseráveis e manteve a M, de Magnatas. Como planejei a viagem em dezembro, ainda havia as duas. Pois é, como meu orcamento é bem mais para a categoria M, optei por ir a Puno e voltar dois dias depois para Arequipa.

Peguei o busao das 22h e cheguei em Puno na terca, la pelas 4h. Depois de uma esperada sentado e um desayuno fui para o Centro comprar os passeios programados para Puno. No primeiro dia, a tradicional visita às Ilhas Flutuantes dos Uros, uma comunidade indígena que vive em ilhas feitas com um capim chamado totora, pela manha e a tarde uma visita a Ilha Taquile, tudo isso por apenas 25 soles.
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Segundo o guia, os Uros foram morar no meio do lago porque nao quiseram se submeter aos Incas. Expulsos das suas terras ás margens do Titicaca, construiram ilhas flutuantes feitas de totora. Hoje parece improvavel que pessoas vivam em meio a umidade constante. As totoras tem que ser periodicamente repostas pois vao afundando com o tempo. O Uros hoje, vivem da pesca e do turismo. Parece ate cenario armado pra turista ver. Eles chegam todos sorridentes enquanto a turistada vai descendo dos barcos.
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As Ilhas Flutuantes dos Uros: isso aí é no meio do Titicaca
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Os barcos turisticos dos Uros
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Depois seguimos viagem a Ilha Taquile, onde um comunidade aimará vive em estado puro. Caminhamos pela ilha e almocamos la. Sao 3000 moradores na ilha, todos vestindo roupas tipicas. A vestimenta fala tudo: se sao casados, solteiros, se estao de mau ou bom humor. Eles vivem em um sistema quase socialista. Toda a producao é dividida. Qualquer disputa é resolvida no domingo, no conselho da ilha. Da pra se ter uma visao privilegiada do Titicaca de la.


O caminho que vai do porto até o centrao da Ilha Taquile
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A Ilha Taquile

O portinho dos taquiles visto lá de cima
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Voltamos para Puno, sao quase 3h de barco. Me hospedei no Hotel Presidente, com TV a cabo por 20 soles, uma ninharia. O engracado de Puno sao os taxis. Sao uma motos com tres rodas. Alguns sao bicicletas mesmo. Nao adianta, cada cidade tem sua caracteristica. Fui ver como é a noite de Puno, no barzinho da hora. Acabei marcando minha presenca por la.


Cada cidade tem sua maluquice. Saca como sao os taxi de Puno


Nosso espaco no barzinho da hora em Puno
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No outro dia, pela manha fui dar uma banda pela cidade. A praca principal, em frente à Catedral foi a mais limpa que eu ja vi em toda minha vida. Fui conhecer o Yavari, um navio de guerra da Armada Peruana, ancorado no porto, de 1862. Ele foi construido na Inglaterra, levado ate Arica (ainda peruana na época), desmontado, embalado e transportado no lombo de mulas até o Titicaca e entao reconstruido. Tudo isso levou uns 5 anos. Hoje serve como museu. Nunca entrou em combate.


O timao do Yavari. Maior que esse só o colorado mesmo


Praça principal de Puno
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À tarde, fui conhecer as ruínas de Sillustani, proximo de Puno. Sillustani serviu como cemitério para diversos povos como os tihuanacotas e os incas. Eles escolheram esse lugar devido a quantidade de ferro existente na montanha, que supostamente seria especial. A verdade é que ela atrai muitos raios. Várias chulpas, como sao chamadas as sepulturas enormes estao comprometidas ou destruidas em funcao das intempéries. Outras pela acao dos cacadores de tesouros ou vandalos mesmo.


Chulpas incaicas em Sillustani


Fim de tarde em Sillustani
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Saindo de Sillustani, voltamos para Puno. Peguei o bus das 18h e cheguei em torno da meia-noite em Arequipa. Voltei ao hotel e fui logo dormir. No outro dia, quinta, comecava a maior aventura de toda a viagem pela América do Sul: a conquista do Vulcao El Misti, que eu conto no proximo post.

Fui.
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Da série livros que você nao deve hesitar em pedir emprestado

Por Deus, Pela Pátria e Pela Coca-Cola. (Mark Pendergrast). A história dos Estados Unidos da América vista através de uma garrafa de refrigerante. O livro conta como surgiu a Coca-Cola, vendida no início como xarope e remédio até se tornar a empresa mais atuante em todo o mundo, o símbolo do capitalismo mundial. Pendergrast apresenta as campanhas publicitárias da Coca-Cola (a invençao do Papai Noel!), suas estratégias de negócios, a concorrência da Pepsi, a eleiçao de alguns presidentes norte-americanos e outros fatos mais e menos comprometedores. Sem pudores. Um livro essencial para quem curte publicidade, marketing e business. Uma passagem interessante, quando Mark pergunta a Harry Waldrop, um alto funcionário da empresa qual a fórmula da Coca. Ele responde, "Ok, aqui está" e entrega à Mark um documento. Ele pergunta a Mark o que vai fazer com isso. Mark responde: "Vou publicá-la e alguém vai poder concorrer com a The Coca-Cola Company". Harry interpoe: "E como vao distribui-la? Que nome vao dar? Como vao divulga-la? Sem nossas economias de escala e nosso inacreditável sistema de comercializaçao, quem quer que tentasse duplicar nosso produto nao chegaria a lugar nenhum e teria que mudar coisas demais. E mesmo que o sabor fosse realmente igual por que alguém se daria o trabalho de ir comprar Yum-Yum, ou a Taco-Cola, se pode beber a COCA-COLA?". Do you understood?

Um comentário:

Anônimo disse...

Inclusive eu já li esse livro e sei de quem vc pediu emprestado...hahahahah
I know