sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Estrada Mais Perigosa do Mundo

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Ai...
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Falei que nao era fácil.
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Assim como o outro herói brasileiro, havia uma Tamburello na minha vida.

Entrei rápido demais na curva e bum, cai de cara no chao. Resultado: um pequeno talho na testa, alguns arranhoes no nariz, um lasca de dente e quatro pontos entre o nariz e a boca. Mas nada que me faça voltar pro Brasil. Continuamos sempre.
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Saímos quinta bem cedo e fomos de van até La Cumbre, um ponto situado a mais de 4000m de altitude. De lá da pra ver o Huayna Potosi, uma montanha com mais de 6000m. Um frio intenso. Colocamos a roupa protetora de naylon. Testamos as bikes e saímos. Os primeiros 37 km sao em estrada com asfalto. Voce nem precisa pedalar pois é só descida. No caminho dá pra ver uma represa onde bolivianos geram energia elétrica, só com as águas que descem das montanhas. O visual é incrível. Em certo ponto, de tanta névoa, só é possivel ver o camarada da frente. Os dedos das maos parecem que vao congelar.
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La Cumbre
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O pessoal do grupo antes de começar a descer, descer e descer
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Terminado o asfalto, comeca a aventura: 33km até Coroico, situada a 1500m de altitude, pela estrada mais perigosa do mundo. Eu que o diga. Já morreram seis turistas, desde 2004, fazendo o down-hill. Em várias partes existem cruzes na borda do penhasc0 indicando um acidente fatal. A estrada é pura pedra. Tem uns 3m de largura, serpenteando montanhas. Em nenhum momento é necessario pedalar. 30 km descida abaixo. O visual é cousa de loco.


Fim do asfalto. Agora começa o pedregulho.


Lápides indicam o local onde desafortunados resolveram voar

Daí o clima inverte. Quanto mais vai descendo mais calor vai ficando, tornando-se insuportavel. A encosta das montanhas, antes apenas pedras, começam a ficar verdejantes. Lá embaixo, no vale, pura floresta. E muita água descendo pela montanha, fazendo córregos que passam pela estrada. Muitas cachoeiras também. Em certa parte, tem que se passar sob uma. Nao tem como desviar.


A estradinha
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Baks na beira do penhasco. Até aí tudo bem, depois do tombo, me irritei e parei de tirar fotos

Após 5h e 70km, chegamos em Coroico, lá pelas 14h. Coroico fica numa encosta de uma montanha. Nao existem lugares planos. As ruas paralelas tem um desnivel de alguns metros. Nao sei porque alguem resolveu fazer uma cidade la. A cidadezinha hoje é refúgio de pacenos ricos que querem fugir no fim-de-semana do frio de La Paz. Tem vários hoteis la. Mas é muito dificil de chegar. Estao construindo uma nova estrada até lá, mas na volta tivemos que parar tres vezes porque havia deslizamento de terra das montanhas. Porem, a vista la de cima, da cidade de Coroico, é algo que fica difícil de escrever aqui.


Vista do hotel em Coroico

Almocamos e voltamos para La Paz. Me deixaram num hospital pra fazer os pontos. Que diacho. Nao vou poder curtir a noite de La Paz no fim de semana. Mas semana que vem ja to bom de novo. No final do passeio voce ganha um CD com as fotos e uma camiseta. Na volta, brinquei com o pessoal do grupo (só gringo): "My T-Shirt is write: I DONT survive..."

Pois é. Entrei meio rápido demais numa curva e me espatifei no chao. Acidente. Nem por isso quem for a La Paz deve deixar de fazer o passeio. Recomendo muito. Eu mesmo faria de novo. Só iria um pouco mais devagar naquela curva.

Hoje, sai para visitar museus pacenos. Caminhei pela Plaza Murillo, onde ficam a Catedral e o lugar onde mora o Evo Morales. Na Plaza Murillo moram os pombos mais gordos que eu já vi. Nos cantos da praça existem vendedores especializados em milho picado e alpiste. As crianças enchem o saco dos pais fazendo com que eles comprem comida para os pombos. E os bichos passam o dia todo comendo.


Os gordos pombos da Plaza Murillo. Ao fundo, a catedral

Depois fui visitar os museus municipais. Voce compra a 4 bolivianos o ingresso que permite acesso a quatro museus. Primeiro fui no Museu Juan de Vargas, situado numa reformada casa colonial. O museu proporciona uma boa introducao às tradicoes folclóricas do altiplano e a história de La Paz, por meio de reprentaçoes em miniaturas de fatos historicos e personalidades.

Maquete da morte do "último Inka", Tupac Katari, lider aimará que sitiou a cidade em 1780 tentando libertar o povo do domínio espanhol
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Depois fui visitar o Museu do Litoral Boliviano. Pois é, os bolivianos tem um museu para recordar uma guerra perdida, a Guerra do Pacífico, em 1879, contra o Chile. O museu conta os motivos e antecedentes que levaram à invasao pelo Chile do território marinho boliviano. Mais tarde, o Peru se aliou à Bolívia e também perdeu parte do seu território. O Chile praticamente dobrou de tamanho depois da guerra. Até hoje os bolivianos reinvindicam a devolucao do território perdido para o Chile no confronto.


A traduçao quer dizer mais ou menos o seguinte: Seus chilenos fiasdapu, queremos um lugar para treinar pro WCT

Saindo do Museu "Quero Minha Praia de Volta!", fui visitar o Museu de Metales Preciosos. Todos os acessos sao internos desses museus, saindo de um voce vai chegando aos outros. Esse museu abriga peças em prata e ouro confeccionadas pelas culturas tiahuanacu e inca. Na sala das pecas em ouro, uma enorme porta-cofre e varias cameras espalhadas cuidam para que ninguem se aventure a levar um "souvenir" para casa.

A saída do museu é na Calle Jaen, uma pitoresca rua de La Paz, com casario colonial em ambos os lados, cheia de lojas e restaurantes turísticos. Lugar muito agradável.


A pitoresca Calle Jaen

Voltei para o hotel e fui descansar. Amanha cedo tenho que voltar ao hospital pra ver como tá o machucado. Vou tirar os pontos só na quarta. Amanha a programacao é de novo urbana. Alguns outros museus, sacar fotos no Mirador Lakaikota, passear pela parte chique de La Paz, o Prado e comprar algumas "coisas" no Mercado de Brujas, talvez um feto de lhama. Yo no creo, pero que las hay...

Fui.

Da série filme que voce nao pode deixar de baixar para o seu PC

Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, Inglaterra, 2000), de Guy Ritchie. Sabe aquele filme que você começa a ver, é legal, mas no meio parece que não acontece nada e vai se tornando chato... pois é, é o caso de Jogos, Trapaças.... mas se você ver até o final vai se levantar da poltrona e dizer: Bah, que filme legal!. O filme é o seguinte, são vários grupos de personagens que acabam se entrecruzando na história, cada um quer alguma coisa (dinheiro claro), mas de forma diferente. O centro da história são quatro rapazes que tem que levantar uma quantidade de dinheiro para pagar uma dívida de jogo – Lock – no qual eles foram trapaceados – Stock –. Eles acabam tentando assaltar seus vizinhos, um bando de criminosos que possuem paredes finas demais. Para isso eles compram armas - Two smoking barrels - raras que seriam vendidas ao chefão que eles já estavam devendo... Guy Ritchie, que é marido da Madonna, não sofreu a “Síndrome do Segundo”. A Síndrome do Segundo é quando uma banda, por exemplo, lança um primeiro disco, visceral, pobre, mas autêntico e cai nas graças da crítica. Já com contrato com gravadora, dinheiro e um monte de gente dando pitaco, a segunda obra não consegue agradar como a primeira. O segundo de Guy Ritchie, Snatch – Porcos e Diamantes, segue o mesmo estilo de Jogos... e é tão bom quanto.
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