sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Chicha Cochabambina

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Hola!

Configurei o teclado para o português. Voltaremos com o ç e o ~. Apesar de ser estranho porque tenho que apertar para o cedilha o n com til encima. Mas vamos lá.

Cochabamba foi fundada em 1574. Isto oficialmente, pois já havia gente morando aqui a muito tempo atrás. O clima é muito agradável. Hoje fez 25 graus aqui, porque ela está em um vale cercada de montanhas por todos os lados.

Bueno. Ontem, larguei mi equipaje no alojamiento e fui ao centro de informações turísticas de Cocha. Peguei um super mapa da cidade muito legal, com opções de rotas para todos os gostos, o Cirucuito Religioso, o Cultural, o Noturno. Optei pelo completo, com um pouco de tudo. Depois fui almoçar, 13 bolivianos o a la minuta. Mais 3 da Coca 500ml, menos de 1 real. Detalhe: no restaurante. Total do almoço, B$ 16,00, o equivalente a mais ou menos 5 reais. Hehehe.

Terminado o almoço peguei um táxi e fui direto a Plaza Colón, no Camino El Padro, na parte chique de Cochabamba. Pior que é chique mesmo. A praça é uma beleza e nos dois lados de El Padro, existem vários restaurantes e lojas legais. Aproveitei e fui no Burguer King comparar o Padrão BK. Como disse antes, no Brasil, custa R$ 17,00 o combão. No Paraguay o equivalente a R$ 10,50. Aqui na Bolívia, custa 39 bolivianos, mais ou menos R$ 11,00. Mais caro que no Paraguay. Até pensei que sairia por menos.


Camino El Prado


Minha fama me precede. Obrigado Cochabamba, por esta singela homenagem

Apesar do táxi sair uma ninharia, 5 bolivianos por viagem, o equivalente a 1,30 reais, resolvi caminar por El Prado. Fui então até ao Templo de Cala Cala. Tenho que dizer que é muito perigoso andar pelas ruas de Cochabamba. Só nesse trajeto sofri tres tentativas de ataques. O Carnaval começa sábado, mas a gurizada não respeita. Guri é guri em qualquer lugar. O costume do carnaval aqui é atirar bixiguinha de água nos outros. Tem uns guris que andam com uma metralhadoras de água. Tem que fugir. Tentaram me acertar pelo alto, de um prédio e o pior foi quando tocaram uma bixiguinha numa mulher que estava a 1 metro de mim, na minha frente. A gurizada se esconde dentro dos pátios, nas casas. Que demoninhos.

Cocha é como uma cidade brasileira. Há riqueza e pobreza. Nas ruas que andei, próximo a El Prado, vi muitas casas lindas, verdadeiras mansões. No Brasil, a população negra é marginalizada. Aqui na Bolívia, são os índios. As chollas. Sempre de saia, com duas tranças nos cabelo, um chapéuzinho tipo cartola, redondo e um xale nas costas que às vezes leva suas coisas, às vezes uma criança. Hay muitas chollas acá. Em quase todas as ruas do centro estão elas, vendendo de tudo um pouco. Agora, elas estão nas esquinas vendendo sacos com 6 ou 7 bixiguinhas de água para o carnaval. Ficam paradas com baldes de água, enchendo as bexigas, enquanto outras vendem para os motoristas.


Chollas vendendo bixiguinha no final de El Prado


Os padres católicos bolivianos sao bem liberais. Falam abertamente de suas manias.

Fui visitar o Palácio Portales. Em Cocha nasceu um dos 5 homens mais ricos do mundo no início do século passado. Trata-se de Simon Patino. O Palácio Portales era a casa dele aqui, hoje um centro cultural. Patino começou do zero e foi trabalhar numa mina de estanho em Oruro, há uns 400 km daqui. Lá, juntou dinheiro e comprou uma parte de uma mina de estanho. Logo, floresceu e já era dono de um terço do estanho produzido no mundo. Comprou mineradoras na Europa e EUA. O palácio Portales é algo inacreditável. Pena que no se puede sacar fotos da parte interna. É realmente incrível. Pra se ter uma idéia, Patino visitou o Vaticano, gostou da decoração da Sala de Jantar do Papa e mandou fazer uma igual!


A casinha do Patino. Se era o feio, tanto faz

Saindo da casa do Patino, fui ao Boulevard, uma gracioso caminho onde existem muitos restaurantes. Ponto da night cochabambina. Dali fui para o Centrão, na Plaza 14 de Setiembre, onde tudo existe e tudo acontece em Cochabamba. Como todas as cidades espanholas da América, hay muchas iglesias em Cochabamba. Na Plaza, tem a Catedral e o legal é que no entorno existe 4 construções com passeios abertos. Cousa bem antiga. Daí voltei para o hotel. Era umas 18h e estava cansado pois não consigo dormir em ônibus e tinha virado a noite. Botei o relógio pra despertar às 22h, porque queria curtir a noite de Cocha. Despertou, mas não aguentei. Cai no sono de novo e só acordei hoje, lá pelas 11h.


O entorno da Plaza 14 de Setiembre

Assisti o Globo Esporte na TV e sai pra almoçar. Peguei um táxi e fui ao El Padro comer alguma cousa típica de Cocha. Pedi Pollo ao picante. Ou seja, galinha com molho bem forte, com papas, ops, batatas e uma outra cousa que não identifiquei, mas é bom. Mais uma Coca, custou o preço exorbitante de 25 bolivianos! Sabia que no El Prado, mais para turistas, as cousas seriam mais caras. Mas tudo bem, paguei os equivalente a R$ 7,50 e peguei um táxi até o centro de novo, para visitar o Museu de Arqueologia. Muitissimo interessante. Ele é feito de forma cronológica. Começa mostrando fósseis de animais do período Jurássico até os tempos mais modernos com múmias incas. Não era permitido tirar fotos, mas fiz uma pequena contravenção.


Múmias do tempo dos incas. Se me pegam tirando fotos me botam pra fora

De lá, fui ao Monumento das Virgens de La Coronilla, onde se pode ter uma boa visão da cidade. Mas o ponto máximo de Cochabamba é o Cristo de La Concórdia, um Cristo Redentor boliviano. Só que com traços indígenas. Nada mais apropriado. Fui lá ver. Para subir, pega-se um teleférico. Lá de cima, dá pra ver toda Cochabamba.


Vista de cima do morro do monumento as Virgens de La Coronilla. Lá no fundo dá pra ver Jesus.


O Cristo. O pontinho amarelo careca embaixo é o Baks.


Vista de Cocha lá de cima do Cristo.

Voltei para o hotel e fui às compras. Paguei 115 dólares em um tênis Adidas da hora, mais uma camisa Puma, um casaco Adidas e um boné Adidas. Acho que tudo isso me custaria uns 600 reais no mínimo, no Brasil. Aproveitei que estava a cerca do terminal de buses e já comprei minha passagem para Oruro amanhã. 25 bolivianos, 7 reais, para um trajeto de 400 km.

Resolvi então tomar a chamada chicha cochabambina, a bebida típica da Bolívia. Feita de um fermentado de milho, era a bebida usada pelos incas. É boa a chicha, parece licor de milho!


Eu e a Chicha


Baks chamando na chicha

Tava fazendo as contas de quanto sairia uma viagem pela Bolívia por um mês. Mira. Contando pra cima, hospedagem 50 bolivianos, um quarto como o que estou, com banheiro privado e TV a cabo e café da manhã. Para andar internamente pelas cidades, os taxis, como disse, a 1,30 reais e pelo menos um terço dos carros são taxi, o máximo que esperei por um foi 15 segundo. Tem cousa mais barata ainda, que peguei aqui também, as truffs, uma espécie de taxi compartilhado. Só que dai as rotas são pré-determinadas. Exite em Belo Horizonte um servilo parecido. O custo, hahaauhaa, 1,50 bolivianos, ou seja, por 0,30 centavos de real você pode ir a qualquer lugar de Cocha. Vamos contar 50 bolivianos para o transporte interno e comida. Dá e sobra. Então, por 100 bolivianos diários você tem hospedagem, alimentação e transporte. 30 dias, da mais ou menos 750 reais. Vamos considerar que você vai ter que andar de ônibus entre as cidades, contando trem dá no máximo uns 150 reais. Mas você quer fazer uns passeios tipo para o Salar de Uyuni, de 3 dias em 4X4 com tudo incluido e o down-hill de bike até Coroico e outros como para Copacabana, mais uns 300 reais. Mas você também quer esbanjar, fazer uma festas e comprar alguns souvenirs. Mais 150 reais. Resultado, com R$ 1,350,00 você passa na boa um mês na Bolívia. E se for mais gente, barateia mais ainda a hospedagem e dá pra barganhar os passeios.

Bueno. Vou volverme al hotel e sair para o Boulevard. Amanhã, direto ao Carnaval de Oruro. Aliás, sobre o carnaval de Oruro tenho uma história bem legal. Uma vez, a uns 10 anos atrás eu tava indo pro carnaval em Guarapari, no Espírito Santo. Era domingo pela manhã e eu estava no Aerporto de Guarulhos esperando a conexão pra Vitória. Daí surgiu um carinha funcionário da Vasp, - hauhua, a Vasp ainda – e logo formou-se uma fila de gente perguntando em quais portões estavam as conexões. Fui junto. Um monte de gente começou a falar “Salvador, Recife” e eu esperando a minha de dizer “Vitória”. Daí, 3 caras na minha frente falaram “Cochabamba”. Pensei na hora, que caras loucos, o que que eles vão fazer na Bolívia em pleno Carnaval. Pois é, agora o louco sou eu.

Gostei de Cocha. Cidade agradável. Clima muito bom. Pessoas legais. Pois é, posso dizer com muita certeza que, Cochabamba, meus amigos, tem as pernas bem firmes!

Nos vemos a Oruro, a próxima parada.

Da série músicas que não podem faltar no seu MP3 Player

A Procura da Batida Perfeita – D2
http://www.youtube.com/watch?v=9usuA5bYReA&feature=related

O Mistério do Samba – Mundo Livre
http://www.youtube.com/watch?v=E6v-g4LTuso

Um comentário:

Bruno Araújo Oliveira disse...

Oi, td jóia?!
Kra, teu blog é muito 10, to lendo sempre. Gostei muito dele porque pretendo fazer no final do 3º ano do colégio (ainda to no 1º) um mochilão com um roteiro parecido com teu.
Continue postando, eu e mais gente estamos gostando muito.
até.