segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Chacaltaya

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Hola!

Bueno. Continuamos de onde paramos. No sábado. Um dia tipicamente urbano. Dei uma volta pelo Prado, uma das poucas áreas planas de La Paz, onde ficam bancos e restaurantes. Um lugar muito legal de dar uma caminhada. Também fui fazer compras e caminhar pelos mercados de La Paz. Um deles, o Mercado de Brujas.

Confesso que pensei que seria mais autentico. Hoje ja esta meio para turistas. As bancas de vendedoras de ervas e "fetiços" estao dando espaço para vendedores de cartoes-postais e souvenirs turisticos. Mas ainda há alguma cousa bruxófila. Vi algumas vendedoras de fetos de lhama. Sei lá pra que que serve. Mas tava lá. Ervas medicinais também, além de amuletos e ceramica "cerimonial", se é que me entendem. Como acho que to com mau olhado, depois de ficar dois dias sem dormir, só me coçando, por causa da alergia que peguei no Paraguay, e depois do tombao de bike em Coroico, comprei uma figuras da Pachamama pra ver se ela faz alguma cousa.
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Isso já é provocaçao
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Voltei pro hotel, nem sai de noite, quase nem podia falar direito e me preparei para o dia seguinte: dia de enfrentar o temido Chacaltaya.

Chacaltaya é a estaçao de ski mais alta do mundo, com 5.400m. Está prestes a desaparecer por causa do aquecimento global. As neves vao diminuindo ano a ano. A estaçao abre somente no inverno, pois no verao é impossivel descer esquiando pois as rochas estao muito salientes, devido a falta de neve. Uma pena, senao eu me largava lá de cima.


No caminho da pra ver o Huayna Potosi, esse com 6.100m

Saímos de La Paz lá pelas 9h e chegamos próximo do Chacaltaya em torno de 11h. A van tem que subir por uma ingreme estrada de terra, um descuido pode ser fatal. Isso que o motora bateu num taxi na saída de La Paz. Adrenalina pura. Após uma pequena caminhada chegamos a base da montanha, no chalé e sede do Clube Andino Boliviano. Tomamos um forte mate de coca e fomos subir a montanha.


Baks na entrada do Clube, no sopé da montanha
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Pois é. Dos 9 do nosso grupo, 5 desistiram. Muitos desistem ali. A subida é fueda. Também tinha pensado em desistir. O frio e o vento sao muito fortes. Há risco de escorregar e despencar montanha abaixo. A subida em alguns pontos chega a ter quase 60 graus. A falta de ar para respirar é grande, devido ao ar rarefeito da altitude.
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Baks X Chacaltaya

Mas fui. Peguei umas folhinhas de coca pra mascar e fui. Parando de 2 em 2 minutos para respirar. Devagar e sempre. Cheguei no cume do Chacaltaya. Montanha vencida. 5.400m. Recorde baketense. Quando se chega lá em cima, a única coisa que se pensa é voltar o mais rápido possível. Dei um tempo vendo a incrível paisagem. Dá pra ver El Alto, a cidade ao lado de La Paz. La Paz nao da pra ver porque ela tá num vale, um buraco.


Baks no topo do Chacal. Ta dominado. Ta tudo dominado.

Quando tava subindo o tempo tava se armando. Lá em cima começou uma nevasca fina. Resolvi voltar para a base. A descida quase pior que a subida porque há mais risco de escorregar. Eu mesmo cai tres vezes. Cheguei lá embaixo e a neve caia forte. Depois da tradicional guerra de neve e da tentativa frustrada de fazer um boneco, voltamos para a van.


Já na volta, Baks contempla os 100m de subida. O marrom na parte trazeira nao é isso que voces estao pensando e sim o resultado das tres quedas na descida.


Esse automóvel teve a honra ou o desprazer de ter estampada a palavra Baks por 20 segundos

Fomos a segunda parte do passeio, o Vale de La Luna, nos arredores de La Paz. Trata-se de uma formacao rochosa, que por causa da erosao, devido estar numa parte baixa, onde recebe ás aguas dos riachos que descem das montanhas, se parece com o territorio lunas. Nao é muito interessante. Acho que fizeram um marketing legal do troço. Terminado o passeio, voltamos para La Paz. Tudo isso por 50 bs, mais 15bs para o Chacaltaya e 15bs para o Vale, com guia. Em reais, R$ 22,00.


A paisagem lunar do Vale de la Luna

Mais tarde, na volta fui no Mirador Lakaikota, um morro bem no meio de La Paz. Lá em cima, se tem uma visao 360 graus da cidade. Os pacenos aproveitaram e fizeram um parque infantil lá. Lota no domingo. Voltei para o hotel e a noite fui dar uma caminhada no Prado.


No Mirador, uma mulher com um megafone falava que o Juízo Final estava próximo. Essa praga também tem em tudo o que é lugar

Bueno. Adios La Paz. Em lunes, me voy a Copacabana, nas margens do Lago Titicaca.
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Algumas comparaçoes pacenas:

Coca-Cola 500ml: R$ 1.10
Gasolina (litro): R$ 0.90
A la minuta em restaurante ótimo: R$ 5.00 com refri
Onibus (nao ha, mas sim lotacoes): R$ 0.30
Taxi (trajeto Beira-Rio / Centro): R$ 2.70
Batata Pringles grande: R$ 4.20

Os Incas
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Parte 1: As Invasoes Bárbaras

Capítulo 2: A civilizaçao incaica

Nao é à toa que essa primeira parte chama-se As Invasoes Bárbaras. Os invasores, nesse caso, foram os próprios incas, que na base da força ou "diplomacia" conquistaram e subjugaram os povos vizinhos.

O primeiro imperador inca que se tem noticia chamava-se Manco Capac, isso no ano de 1.200. Segundo a lenda, Manco Capac, filho de Ayar Manco, criado pelo deus Viracocha, que surgiu das profundezas do Lago Titicaca para criar os homens. Manco Capac era a personificacao do Deus-Sol na Terra, senhor de tudo e todos. Ele era chamado de Inka, um adjetivo como Rei, Czar, etc. Portanto, Inka com k era o próprio imperador. Daí deu-se o nome de Incas, com c, para designar os pobres mortais governados pelo Inka.

Manco Capac recebeu uma ordem do Deus-Sol para criar uma cidade, Cuzco, que em quéchua, o idioma dos incas, quer dizer "umbigo do mundo". Criado o umbigo, Manco tratou de expandir seu império. Dizendo-se descendentes do Tihuanacu, absorveu grande parte da cultura e tecnologia desta civilizaçao.

Diferentemente dos indios brasileiros, que estavam na Idade da Pedra quando os europeus chegaram aqui, os incas possuíam uma sociedade muito organizada e hierarquizada, de base agrícola. Em muitos aspectos, suas cidades eram mais desenvolvidas que as do Velho Mundo, como na pavimentaçao de estradas e abastecimento de água. Dominavam sofisticadas técnicas de construçao, permitindo erguer templos, fortalezas e palácios, que poderiam estar de pé até hoje, caso suas pedras nao tivessem sido aproveitadas pelos espanhóis para outras construçoes.

Estradas pavimentadas uniam os vários pontos do Império. Elas eram percorridas a pé, pois os incas nao conheciam a roda (ou nao utilizavam). Bois, cavalos e outros animais de tracao nao existiam no continente americano (pois é, gado e cavalo sao animais trazidos pra ca em navios). As lhamas eram usadas apenas para transportar carga leve. Sao animais muito temperamentais. Se transportar sobrepeso, ela simplesmente nao anda. Só se tirarem o excesso de peso. A noite tambem nao. Se forçadas, elas simplesmente cospem sobre o importuno.

Isso torna mais impressionante ainda os complexos arquitetonicos como Machu-Pichu, no topo de montanhas.

Os incas cultivavam milho, feijao e principalmente, batatas, em terraços nas encotas das montanhas, irrigados por aquedutos e canais, adubado com guano, cocô de aves marinhas, trazidos do litoral. A importancia do guano era tamanha que quem matasse uma dessas aves era condenado à morte.

Os incas eram hábeis artesaos, esculpindo em madeira e outros materias. Dominavam a fabricaçao de ceramica e a metalurgia do bronze. Porem nao conheciam o ferro. Ouro e prata nao tinham valor economico e somente serviam para adorno pessoal e religiosos. O trabalho desses metais era realizado no "tempo livre", sendo considerado superfluo.

Sua alimentacao tinha como base produtos agricolas, como cereais, frutas e nozes. Domesticaram a lhama e o porquinho-da-índia (que nao é da Índia, como sabemos agora), utilizados como alimento, bem como peixes e mariscos.

O calendário incaico tinha doze meses. A cada mes deveriam ser realizadas determinadas atividades, ccompatíveis com as estaçoes do ano, que começava no solstício de verao, em dezembro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara, de onde tá tirando essas histórias? Muito legal!