sábado, 19 de janeiro de 2008

Foz

Começou.

Saí do trabalho às 18h e dei uma passada no Subway do Praia de Belas pra forrar o estômago antes da viagem. O ônibus saiu as 19h30min de POA. Fiquei pensando, putz, quem será que vai do meu lado, porque, pô, numa viagem de 14h aguentar certas pessoas não é facil. Legal que na poltrona 35 tava uma menina magrinha. Beleza. Bom, papo vem, cousa e tal, ela me disse: "Acho essas viagens longas bem cansativas". Eu pensei, isso não é tão ruim. O pior é ter que aguentar o aumento considerável da concentração de certos gases que com certeza não é oxigênio. Mas tudo bem. Lá pelas 22h paramos em Fontoura Xavier para jantar, num daqueles mega-restaurantes de beira de estrada. Por apenas R$ 4,00 você pode comer a pior torrada de sua vida. Continuamos viagem rumo à Foz. Li um pouco e lá pela 1h da manhã fui dormir. Não conseguia. Estava começando a sentir os efeitos estomacais daquela torrada. A guerra começou. Tentei refrear o ânimo da tropa, mas não deu. Capitulei. Tinha que achar uma solução e achei. Ela estava no fundo do corredor do ônibus. Mas tinha uma missão. Pular a poltrona da menina sem acordá-la. Bom, utilizando os poucos conhecimentos que adquiri de engenharia nos dez anos em que cursei, consegui passar para o corredor. Problema resolvido. Na volta, nova acrobacia e ah, agora aliviado, adormeci. Isso era umas 4h já.

Lá pelas 6h acordei. Culpa do Elói. A mãe dele falava "Para quieto Elói" eu do outro lado pensava "Pára quieto Elói". Mas o Elói não parou. Também não dormi mais. Chegamos em Foz às 10h. Adeus, Elói. Uma chuva fina caia.
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Chegamos: primeira parada


Segundo eu li no folheto, as Cataratas do Iguaçu foram descobertas em 1543 por um espanhol chamado Cabeza de Vaca.(!). Iguaçu quer dizer " a pedra que canta" em guarani.

Fui direto ver o quiosque do albergue que tem na Rodoviária. Ali no guichê encontrei um casal de gaúchos que tava fazendo uma trip parecida e um monte de gringo. Falei com o carinha do guichê ele me indicou o Paudimar Hostel do Centro. Diária a R$ 18,00 pra quem tem carteira de alberguista. Beleza. Cheguei no albergue e conheci meus companheiros de quarto que tavam chegando na mesma hora. Dois belgas. Um deles já ta desde agosto no Brasil e fala um português muito bom, além de inglês e o idioma mais comum deles, o holandês. O outro havia chegado essa semana e falava o inglês, o holandês e o outro idioma deles, o francês. Então quando eles falavam entre eles, falavam o holandês. Eu falava com um em português e com o outro em francês. O engraçado é que sempre um dos três ficava alheio na conversa!

Bom, fomos almoçar e os caras foram dormir. Combinamos de ir amanhã à Argentina. Eu fui dar uma volta. Fiquei na parada de ônibus e peguei o Grande Circular, cujo objetivo foi, obviamente dar uma grande circulada. Depois de quase duas horas rodando por Foz o ônibus chegou a Usina de Itaipu. Fui fazer o passeio. Não é lá grandes cousas. Dura uma hora e meia. Começa com um vídeo sobre Itaipu. Coisa de primeiro mundo. Me surpreendi. Deve ter custado alguns milhões de dólares esse filme. Depois, uma visita panorâmica no complexo. Havia centenas de pessoas.
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A entrada na Usina


As comportas

Na saída já era umas 16h30min. Corri para chegar no centro e ir nas Cataratas do Iguaçu, que fica do outro lado da cidade. Peguei o busão e depois de algum tempo virei pra trás pra perguntar se estava perto e ouvi um "Sorry". Caracas! O que tem de gringo aqui é doidera. Gringo e verde. A cidade tem muita, mas muita área verde.

Então, perguntei num inglês tosco ela respondeu alguma coisa que eu não entendi. Perguntei então para o cobrador. Voltei e disse pra ela "is in the end". Ela falou "Is in the end, so". Esse "so" me deixou intrigado. Daí vi que ela tinha me dado as coordenadas certas. Como já era tarde, já não tinha ninguém indo pra lá. Só eu e um tiozinho no busão. Quando o tiozinho desceu, fui atrás. Era um prédio grande. Pensei que era a entrada do parque. Putz, desci no aeroporto!!! Uma parada antes. Dae até pegar outro ônibus não ia dar mais tempo. E pior que vou amanhã passar o dia todo nas Cataratas do lado argentino. Fui à Foz e não vi as cataratas! Ah, grande cousa, passei um mês no Rio e não subi no Cristo!
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Ôrra, essa praga tem em tudo que é lugar


Voltei para o albergue e dei uma passada no McDonalds pra jantar. E não é que vi quatro muçulmanas saindo do McDonalds? Que sacrilégio! Alá não devia estar olhando. Pô, se fosse no Habib's ainda vá. Mas no Mc Donalds! Pra onde esse mundo vai.

Agora vou dormir um pouco. Falei pro carinha lá, "a la fête, ce soir?". Então tá. Vamo arrumar o que fazer.

Quando ao tempo. Parou de chover. Mas não abriu sol. Li que o El Nino, aquele fenômeno do aquecimento das águas do Oceano Pacífico que causa chuvas torrenciais no Peru, Bolívia e sul do Brasil acontece num ciclo de mais ou menos sete anos. O último foi em 2001. Era só o que me faltava.

Então, tá. Até amanhã!

Voltaremos! (ok, ok, roubei no Anonymos Gourmet)

3 comentários:

Anônimo disse...

Fala Rodrigão, que inveja de você meu caro, um dia também vou ser mochileiro! Por hora, a minha mochila fica no armário enquanto leio as suas aventuras! Quanto as mulçumanas no McDonald's, deve ser marketing do Ronald!!!!
abraços e boa viagem! Vou continuar acompanhando!

Marcelo Trein disse...

Feons, tem q cagar por tudo q eh lugar? hahahaha

mto feons! E a menina do ônibus? Merulhou?

Anônimo disse...

Hehe... gostei muito do teu blog, cara. A linguagem tá muito fera... vou acompanhar direto. Detalhe, participo de uma comunidade do orkut: Eu odeio blogs. Mas se tratando de uma aventura única do meu sócio-parceiro já seria motivo para acompanhar...
Sorte na viagem cara!!!
Estamos todos torcendo por ti
Abraços